Em CICLO DE ENCONTROS DE REFLEXÃO EM TORNO DO HIP-HOP MOÇAMBICANO 2015, em Rádio Moçambique, os amantes do hip hop reflectim como o hip hop Moçambicano podia ser transformado para o next level (proximo nivel).
Prezados leitores,
Domingo passado participei entre
cerca de 30 jovens Moçambicanos, rappers, críticos, beatmakers, ouvintes e
amantes do hip hop, para uma gravação do programa radiofónico Clássico Hip Hop Time, que durante neste mês está a ser gravado ao vivo no auditório de Rádio Moçambique.
O programa dirigido por Helder Leonel (ou seja Dj Malele) incorporou os shows de dois MCs do grupo Revolution e dois DJs, a
comunicação de dois estudiosos e activistas do hip hop e
depois isso, o debate muito vibrante sobre o estado do rap Moçambicano e
como o nosso hip hop podia ser transformado para o next level.
Niossa Costa que antecipadamente
tinha preparado a sua comunicação, disse que temos muitos MCs
excellentes mas o maior problema é a falta de originalidade, falta de
sabor Moçambicano em ritmos. A parte musical não desenvolveu nos
ultimos 20 anos na mesma maneira que a parte lírico. Os "beats" quais
não chegam ao nivel de ser reconheçidos como os beats particularmente
Moçambicanos por esta falta de originalidade. DJ Nandele que tocou as suas composições no programa defendeu que os produtores
Moçambicanos usam meramente os materiais quais são disponíveis para eles. Eles
não encontram abertura em parte de Rádio Moçambique para disponilizar
músicas lá gravadas para o movimento hip hop. Pais dos pioneiros hiphoppers
norte-americanos escutavam James Brown e outros artistas de soul e funk
enquanto em Moçambique escutavam, por exemplo: músicas da faleçida Zaida Chongo. O problema, acordo do Nandele, é que os produtores têm de
pagar se quiserem usar dos ritmos antigos como da cantora Zaida e do
seu marido Carlos Chongo quem foi o seu principal instrumentalista. E por
causa disso os produtores criam seus ritmos sozinho só acompanhados por
seus computadores. Proximo domingo, 21 de junho, o Clássico Hip Hop Time estará dedicado ao beatmaking, então estamos aguardando que o debate fascinante vai continuar.
Antes disso, quero divulgar o link que brevemente mencionei no debate. Os arquivos de International Library of African Music (ILAM),
onde visitei há um ano, poderiam ser o recurso gratuito para os
rappers e os produtores além dos outros músicos, estudantes e
pesquisadores. Milhares gravações esculhados na África Austral, por
etnomusicologo Hugh Tracey no fim da década 1930 e nas décadas
1940 e 1950, são cologados nos arquivos de ILAM e principalmente já
estão disponíveis para o povo que os-criou (i.e. bantu). Tracey estava a
gravar nos vários países da região e curiosamente do ponto de vista
Moçambicano, entre aquela enorma diversidade musical que cá encontrou,
ficou especialmente intressado sobre a música dos chopes que gravou na
provincia de Inhambane e nas minas de Transvaal onde que aquelas lendas
já falecidas, ou bem vivas como mestre Venancio Mondlane, estavam
deslocados para trabalhar. É claro que nos arquivos há também música
Moçambicana em várias outras línguas Moçambicanas. Pode escutar as peças de 30
segundos em
ILAM digital sound archive
e se quiser escutar mais, chega contactar Elijah Madiba (quem
fala changana bem bonita) da ILAM para aproveitar o resto de gravação
nos seus refleções ou composições. Seja isso uma mais fonte para buscar
cada vez mais criatividade para o hip hop Moçambicano?
Abraço e Paz,
Janne "Young Man" Rantala
Blog de notícias - olhares à vida moçambicana por um antropólogo finlandês, Janne Rantala
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A inspiração para nomear este blog foi evocada pela metáfora de Benedict Anderson, as nações manifestam-se ao sonhar, e pelo romance do autor moçambicano Mia Couto, a “Terra Sonâmbula”. O sonho desta terra sonâmbula ainda continua às vezes mais agitado, nos debates, nas discussões, nas cerimonias, nas ruas, nas canções, portanto, incessante...
A inspiração para nomear este blog foi evocada pela metáfora de Benedict Anderson, as nações manifestam-se ao sonhar, e pelo romance do autor moçambicano Mia Couto, a “Terra Sonâmbula”. O sonho desta terra sonâmbula ainda continua às vezes mais agitado, nos debates, nas discussões, nas cerimonias, nas ruas, nas canções, portanto, incessante...
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excelente... visitei o ilam, grande arquivo, é uma fonte bem inspiradoura
ResponderEliminarObrigado Fu Beatmaker pelo seu comentário. Estou muito feliz de ouvir isso de você como beatmaker e o visitante principal do proximo programa.
ResponderEliminarBom site, penso que para Mocambique ainda tem que se adicionar muito material mas ja foi um grande passo o material que se tem aqui
ResponderEliminarObrigado Bathis DMC pelo comentário. Acho que os arquivos não tem sempre a palavra "Mozambique" enquanto realmente o gravação é a música Moçambicana. Porque realmente devia ter milhares dos samples tocados por Moçambicanos. Pode experimentar fazer pesquisas com línguas Moçambicanas (ortograficamente delicado de escrever corectamente em Ingles porque não existe nenhum sistema muito coherente, pode ser por exemplo "chopi" em vez de "chope" ou vica versa) ou usar algum outra palavra como por exemplo nome da provinçia. Tracey gravou muita música Moçambicana também nas minas o que está provavelmente categorizado para "South Africa". Outros como é que encontravam mais? Elijah poderia contar melhores strategias de fazer pesquisas sobre música Moçambicana.
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