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Assiste o video referido aqui. Preste atenção ao imagem de já falecido Amilcar Cabral no parede. Encontra-se alguma semelhança ás referençias ao Samora Machel em rap maputense em Moçambique.
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Anna Pöysä: "Tudu pobri é um soldja"
Os jovens que estudam,
as mães solteiras , os imigrantes sem documentos e os traficantes na música de LBC são
soldados à busca de uma vida
melhor. Ele canta que um velho lhe avisou que é fácil pisar numa mina,
porque "eles" – os não-pobres – metem os pobres a lutarem entre eles. A
solução é se
manterem unidos porque se a gente pobre se une, são maiores em número do
que a
polícia.
Kuva:Anna Pöysä. |
Enquanto LBC não limita a sua mensagem para nenhum contexto específico, o contexto
implícito é os ‘guetos’ de Lisboa, habituados às rusgas da polícia. O gueto neste caso é a Cova da Moura, um
bairro construído por imigrantes cabo-verdianos nos anos 70. É onde LBC vive e
onde foi feito o vídeo da música. Chamam o bairro a décima primeira ilha de
Cabo Verde. Eles, os de fora do bairro,
consideram-no como um dos bairros mais problemáticos do país. O que se diz na
música também chama a atenção nos problemas, mas da perspetiva dos obstáculos
que a vida está cheia para os que vêm desses bairros, e os pobres em geral.
Enquanto o resto de Portugal passa mal com o crise, os soldados dos bairros
estão preparados: “quem tem nada perde nada”.
A mensagem é clara:
nos que nascemos homens morremos homens. Mesmo sendo pobres vivendo uma vida
cheia de armadilhas há-que se manter a dignidade. Como diz Mia Couto: "Quem deve sentir vergonha não é o pobre mas quem cria pobreza”.
Há
algumas diferenças importantes entre o rap moçambicano e o rap crioulo de
Portugal. Em Portugal a divisão da sociedade é reforçada pelo racismo. São
tempos difíceis para as crianças e mulheres que ainda por cima são black, diz-se na música. A experiência
de ser imigrante ou filho de imigrantes, “preso na Europa”, está presente em
muito rap crioulo de Portugal.
Uma
outra questão importante é a da língua. Como o uso das línguas nacionais na
música moçambicana, o uso de crioulo é uma questão da identidade. Mas talvez em
Portugal tem um sentido diferente: português é a língua “deles”, imposto aos
dos bairros. Crioulo é a língua própria que “eles” não entendem, talvez até uma
arma na batalha dos soldados. De certeza tem muito a ver com a unidade do “exército”.
Muito obrigada pela introdução e pela oportunidade de participar!
ResponderEliminarManingue obrigado eu! Agora inventí as novas rimas "Tudo rico é gangsta". Apenas pareçe assim...
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