Este texto é escrito para a imprensa de Moçambique e porque não tém a ortografia Brasileira como geralmente, agradeçoes para a experiençia e a educação da redação Portuguesa. Neste vez agradeço também meu caro collega Moçambicano pela ajuda com a ortografia adoptado aqui.
No
final do Fevereiro o Concelho Municipal da Cidade de Maputo (CMCM)
declarou guerra contra as barracas de venda e os vendedores da rua.
Uma guerra mesmo! O edil David Simango deu seu rosto à campanha,
anunciando que, em particular, as barracas nas calçadas ou que de
alguma outra maneira ”causam problemas” devem ser tiradas dentro
de 48 horas, ou serão tranferidas através de intervenção
policial. Para além dos jornalistas, que fizeram eco das palavras do
edil e tomaram posição em espaços de opinião, muitas vezes
criticando a postura do CMCM, não parece ter havido muitos outros
comentários contra as palavras belicistas de Simango. Eu também
ouvi muitas vezes que já não é actual esta guerra, mas não posso
concordar porque o medo persiste nas ruas e parece resultar desta
última intervenção polémica do CMCM.
Os
vendedores de rua, comparáveis em termos numéricos a uma população
de uma cidade finlandesa de médio porte – em jornais diferentes
são estimados em cerca de 80 000 – começaram um contra-ataque
oportuno, enquanto os jornalistas moçambicanos mediaram os pontos de
vista dos "informais", inclusive nos jornais que apoiam o
partido Frelimo, de que Simango é membro. O edil que, nas reuniões
anteriores tinha atacado os vendores, tinha que acalmar-se e admitir
ter perdido a sua guerra. As barracas e os vendores continuam
servindo a sua clientela como sempre.
Conversei
com algumas pessoas nas ruas de Maputo, entre vendedores e clientes.
Um vendedor ambulante de recargas de telemóvel criticou a errada
estratégia de Simango avisando-o para concentrar-se em problemas
reais, como por exemplo a cobertura de das aberturas nas ruas e
estradas, também conhecidos em Maputo como”burracos do Simango”.
Uma vendedora de frutas e amendoim perguntou o que o os vendedores
irão fazerse lhes for vedada a venda nas ruas? Ficar em casa?
Algumas vendedoras de frutas diziam-me que não posso tirar o
fotografia, “porque a municipalidade nâo quer, eles nâo querem
demonstrar a verdade , eles não querem que a gente no seu país veja
fotografia de nosso negócio." Também um cliente da vendedora
dos jornais disse que o mais provável é que Simango quisesse criar
a ilusão, para os estrangeiros, de um Moçambique limpo, empurrando
a miséria e a a pobreza para os bairros periféricos fazendo lembrar
o caso do "muro da vergonha", construido no ano 2002,
aquando da realização de cimeira da União africana em Maputo. Se
isto é verdade, como seriam os investidores atraídos por aquela
cruel e mentirosa imagem?
Se
este tipo de guerra tivesse sido declarado no meu país, eu ia ficar
ponderando, se o edil é mesmo estúpido ou simplesmente mau.
Portanto, na minha condição de cidadão estrangeiro, que não sabe
se isso seria adequado aqui, limito-me a reflectir sobre os motivos
possíveis. Foi, talvez, um método do edil para preparar a imposição
de novos impostos para os vendedores, ditos informais, mas que apesar
disso já estão sobrecarregados por vários tipos de contribuições
exigidas. Ou será que o CMCM realmente quis colocar no desemprego
milhares de moradores, a maioria dos quais oriundos dos bairros
periféricos, que já batalham pela sobrevivência diária nas ruas
do cidade de cimento; assim transformando pequenos negociantes em
mendingos ou até forçando pessoas ao crime em vez de negócio e
trabalho honesto. Aínda bem que este pesadelo contra a sociedade,
desenhado nos gabinetes de Simango não se realizou. Agora amigos de
Moçambique podem suspirar de alívio, que a guerra contra a
população menos favorecida acabou, pelo menos por enquanto.
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