(Complemento para a carta anterior)
(24/01)
É a minha responsalibidade anunciar aos meus leitores que, apesar de
Maputo já ter passado pela depressão, os danos da tempestade, transformada
em ciclone sob o nome de Funso, continuam nas províncias de Zambezia,
Inhambane e Quelimane. Não consigui encontrar um resumo completo,
entretanto, nos jornais "Notícias" e "O País" foi relatado hoje que, em
Zambezia, houve mais 11 perdas de vida, além de outros cinco já falecidas. Em cima disso, dezenas de pessoas foram feridas e centenas senão milhares casas
foram levadas pelas enchentes. A cerca de cem quilômetros ao norte do Maputo, a
estrada principal do país está danificada. Conforme as autoridades,
demorará mais alguns dias para reabri-la.
P.S. Há uns quinze minutos da minha casa, rapazes desempregados empreenderam um
negócio de alugar de botas de borracha para atravessar u buraco de água
com mais ou menos 30 cm de profundidade e 200 m de extensão. Eu mesmo tive de alugar
botas quando andei do campus universitário para casa na sexta-feira
passada. Do ponto de vista da economia de mercado, eis uma iniciativa bem
saudável, porém, meu vizinho lamentou que os jovens desta maneira
se aproveitem da situação. Será esse um conflito entre duas maneiras de
pensar a economia?
P.P.S.
Quantos serão os leitores finlandêses que já ouviram falar sobre as
dificuldades temporais em Moçambique, que já se prolongam há mais de uma
semana? Após uma rápida busca na internet, assumo que são
pouquíssimos. É mais um exemplo da antirreciprocidade da ignorância. Com isso, quero
dizer que os moradores dos chamados países ocidentais podem estar bem
menos conscientes dos acontecimentos, digamos, na África, do que
os africanos dos eventos no Ocidente. Para ilustrar: em primeira mão
eu fiquei sabendo sobre a tempestade na Finlândia do dia 26/12, graças à
mensagem enviada por um amigo moçambicano.
Sempre que temos problemas de enchentes em Mocambique os dirigentes mocambicanos culpam as chuvas que fustigam o pais, no entanto se nao ha' chuvas queixamo-nos da seca, o maior problema de Mocambique nao e' o clima, eu pessoalme acho que o pais tem um dos melhores clima do mundo, o grande problema deste pais esta' na falta de vontade politica. Exemplo claro e vergonhoso disso e' so' ver o nosso parlamento, o unico momento em que os deputados estao todos (sem excecao) de acordo, e' aprovam novas prerrogativas para os senhores "representantes do povo"
ResponderEliminarCaro Anônimo,
ResponderEliminarObrigado pelo seu commentário. É intressante como a carta sobre o tempo pode producir associacoes também para sociedade e para política. Eu também penso que a clima em Mocambique é optimo e que o este país tem grandes potencialidades por exemplo no producao agricultural. Agora em Finlândia há só -30 graus Celsius.